A pílula do dia seguinte está indicada na prevenção de uma gravidez indesejada, provocada por uma relação sexual não protegida, ou seja, em casos de falha da proteção utilizada (seja ela a pílula, preservativo, ou outro), ou no caso de crime sexual (violação).
Portanto, é considerada uma contraceção de emergência a sua utilização por parte da mulher, nas primeiras 72h e até 120h após uma relação sexual não protegida, não consentida, ou não eficazmente protegida por qualquer outro meio anticoncecional regular.
EM QUE SITUAÇÕES SE DEVE TOMAR A PÍLULA DO DIA SEGUINTE?
Embora os atuais métodos contracetivos sejam muito eficazes, estima-se que cerca de 15% da população feminina, com idades entre os 15 e os 55 anos, não use qualquer método de contraceção, pelo que um grande número de mulheres sexualmente ativas se encontram expostas a uma possível gravidez não desejada.
As adolescentes são um grupo de particular risco, pela possibilidade de não estarem devidamente informadas, ou de terem um acesso mais difícil à contraceção por medo ou vergonha, na maioria das situações.
Seja qual for a idade, desde que em idade fértil, a pílula do dia seguinte está indicada nas falhas associadas aos seguintes métodos de contraceção:
- Preservativo: quando não utilizado no primeiro contacto do pénis com a vagina, por rotura deste ou por retenção de preservativo na vagina;
- Contraceção hormonal oral, vulgar pílula: Esquecimento de 2 ou mais dias na toma da pílula;
- Adesivo ou anel vaginal: Atraso de 2 ou mais dias na colocação do adesivo ou anel;
- Contraceção hormonal com progestagénio: Esquecimento superior a 36 horas na toma da pílula;
- Implante: Atraso na remoção do implante;
- Medicamentos indutores enzimáticos: Se relação sexual não protegida por método barreira durante o uso de medicamentos indutores enzimáticos e nos 28 dias após a sua suspensão.
- Injetável de progestagénio, Dispositivo Intrauterino (DIU): Atraso superior a 4 semanas na aplicação da injeção, expulsão parcial ou total do DIU. Ou em caso de remoção do DIU sem recolocação imediata de outro ou início de outro contracetivo.
QUAIS AS DIFERENÇAS ENTRE AS PÍLULAS DO DIA SEGUINTE?
Estão disponíveis em Portugal 3 formas de contraceção de emergência:
- DIU cobre – Sistema intrauterino (trata-se de uma contraceção de emergência – não é considerada uma pílula do dia seguinte);
- Acetato de ulipristal – EllaOne® 30 mg – via oral em toma única;
- Levonorgestrel – Norlevo®, Postinor® 1,5 mg – via oral em toma única;
O tempo decorrido desde a relação sexual não protegida é o principal fator na escolha da contraceção de emergência. Quando menos de 72h (3 dias) as 3 são válidas; se entre 72 e 120h (5 dias), tanto o DIU como o acetato de ulipristal são eficazes; se já foram ultrapassados os 5 dias, a única forma eficaz é o DIU.
Para a obtenção da máxima eficácia, a toma deverá ser efetuada o mais precocemente possível após a relação sexual não protegida.
QUAL O PREÇO DA PÍLULA DO DIA SEGUINTE?
Em Portugal, tratam-se de medicamentos não sujeitos a receita médica.
A Postinor e a Norlevo têm um preço de venda que varia geralmente entre 14 e 17€. A EllaOne, por norma entre os 23 e os 26€.
ONDE ENCONTRAR A PÍLULA DO DIA SEGUINTE?
De acordo com a Lei n.º 12/2001, de 29 de Maio acerca da Contracepção de emergência, os meios contraceptivos de emergência são disponibilizados:
- Gratuitamente, nos centros de saúde, nos horários normais de funcionamento, nas consultas de planeamento familiar, ginecologia e obstetrícia dos hospitais, nos centros de atendimento de jovens com protocolo de articulação com o Serviço Nacional de Saúde;
- O acetato de ulipristal ou o levonorgestrel podem ser adquiridos nas farmácias, mediante aconselhamento farmacêutico.
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Farmacêutica desde 2014, com um gosto pela escrita e pela partilha de conhecimento. Acredito na importância do papel interventivo dos profissionais na partilha de informação credível e útil para prevenção de doenças e promoção da saúde. Apaixonada pelos temas de saúde e bem-estar, em especial pela dermocosmética e suplementação e pelo seu papel na melhoria da qualidade de vida.